Salir

Estava recostado no carro, no parque de estacionamento da praia de Salir do Porto, na margem sul da baía de São Martinho do Porto. Duas da manhã.

Ia revendo as fotografias do  dia ao sabor de um pedaço de chocolate e um punhado de amêndoas. O plano era pernoitar por ali e, de manhã, fotografar na praia.  

Tinha desligado uma chamada há minutos quando me vejo ladeado por dois carros da GNR, chegados de rompante. De cada viatura saíram quatro militares que me inspeccionaram o interior do carro com lanternas, enquanto um deles me pedia a identificação e me enchia de perguntas.    

O que faz aqui?

Sente-se bem?

De onde é?

O que está a comer?

Não viu nada de estranho?

O bar onde uma hora antes havia estado, acabava de ser assaltado, literalmente nas minhas costas. Eliminado enquanto suspeito, vi os guardas desaparecer na escuridão da praia para uma verificação de perímetro.

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