Nu e cru

Na sequência da reflexão iniciada em Público Alvo, partilho convosco a mensagem que enviei à fotógrafa Sophie Ebrard no Instagram:

Olá Sophie. Vi algumas das suas publicações, desde o seu  actual projecto sobre os sets dos filmes pornográficos ao projecto anterior sobre a maternidade. Tive oportunidade de ler o seu dilema na gestão das duas audiências, em como algumas das pessoas que lhe chegaram no encalço do trabalho sobre a maternidade se afastaram devido à temática do presente projecto. Li o seu interesse em fotografar o corpo na sua beleza crua, independentemente do cenário.

Pessoalmente, acredito que o nosso trabalho enquanto fotógrafos é notar o mundo e eventualmente revelar alguns elos escondidos.

Não sei se é possível alinhar as duas audiências, mas parece-me que o âmago da sua Visão consiste em ver através das diferentes molduras com que enfeitamos o mundo, ver de forma transversa  através dos estereótipos, o que é notável. 

Talvez a Sophie tenha aqui uma terceira audiência, uma que busca ver o que está para lá da linha de enquadramento, que procura ser iluminada, guiada pela rota dos paradigmas.

Obrigado pelo seu trabalho,
Jorge

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