Descer por estradas e arruamentos vertiginosamente estreitos, sendo rapidamente devolvido à montanha (citando o artigo sobre a sessão em Cunqueiros), é experiência comum nesta viagem. O que não é tão comum é oferecerem-nos um pão caseiro feito em forno de lenha tradicional no contexto de um pedido de informação de 20 segundos. E sim, estes dois eventos coincidiram!
Após algumas horas de descoberta lenta através da serra, durante a sessão em Oleiros a estrada faz-me descer à aldeia de Mougueiras de Cima. Fiquei com dúvidas se poderia atravessar a aldeia ou se teria que inverter a marcha (noutras aldeias tive mesmo dúvidas se o carro passava, de estreitas que eram as ruas).
À porta de uma pequena mercearia estavam três mulheres, três gerações à conversa. Tem saída esta rua? Onde vai dar? A pergunta subsequente foi naturalmente Tem pão?
Sim, Oleiros, Acabámos de cozer! Mãe, posso dar um pão a este senhor?
Não era uma mercearia.
Olhe, nós estamos um bocadinho aflitas. O senhor ali, deu uma queda há pouco e não parece estar muito bem. – Tem já de uma certa idade, completou a mulher mais nova.
Quando já estava a uns vinte minutos de distância desta conversa passa por mim a ambulância do INEM, numa marcha muito menos contemplativa que a minha.
