Muitas vezes refiro-me à fotografia como uma atividade de pesquisa, mas não creio que seja uma pesquisa necessariamente (ou inteiramente) racional, circunscrita aos limites da Lógica.
Assente na observação contemplativa, é uma pesquisa sobre o silêncio.
Os argumentos fotográficos articulam-se na permeabilidade das várias camadas de leitura: a estética e a composição, a moldura, a organização do espaço, a ilusão do tempo.
É autónoma na sua linguagem narrativa, interrogação sobre o próprio espanto, como é a filosofia sobre o próprio pensamento.
O fotógrafo é também um indagador das coisas, contemplativo, desinteressado.