A cidade está nua. Não as pessoas mas as pedras.
Os corpos esculpidos das mulheres nos jardins cuja nudez ebórea, submissa, de tão familiar, nos passa despercebida, invisível, seja pela familiaridade, seja pela referência ao remoto classicismo, que é em geral aposta mais segura e consonante enquanto citação artística ou arquitetónica na esfera pública.
Porque razão é a representação do corpo nu aceite de forma natural em algumas expressões artísticas, em alguns contextos, mas provoca noutros embaraço e controvérsia?
Espreitem a título de exemplo esta referência à prisão da modelo que posava nua para o fotógrafo Zach Hyman em pleno Metropolitan Museum of Art, acusada de atentado ao pudor.