Na minha busca por indícios de marginalidade, encontro no Parque Oeste, na freguesia de Santa Clara, o primeiro paradigma.
O parque é elegante e sofisticado. Desenhado em torno de um sistema de lagos de águas pluviais, está localizado numa zona privilegiada da cidade. Pela forma imersiva como se relaciona com o edificado circundante, colocando-se ostensivo à mercê das vistas. pode deduzir-se a sua função valorativa do território, sinalizando qualidade de vida atractivo de novos habitantes.
Contudo, as pessoas que encontrei nas duas horas em que permaneci no parque, em que o explorei visualmente, pareciam não espelhar esta pretensa sofisticação. Estaremos perante um caso de gentrificação sob a face lustrosa do desenvolvimento?
Um jardim é o ponto de encontro de todos os marginais (como disse num outro texto). Estavam lá eles e estava lá eu. E tenho a certeza que, noutros horários encontrarei lá outros.