Ao fotografar movimentamo-nos pelo espaço como peões no tabuleiro de um jogo, procurando discernir, conjugar as manifestações verticais e horizontais, a perspectiva, a sobreposição, a transparência, numa linha de tempo imaginada.
Os objectos ganham uma dimensão temporal distendida. O estado de latência ou letargia que atribuímos a cada um depende da lente com que olhamos, da dialéctica com a nossa imagem mental. A natureza estacionária da fotografia dá-nos a ilusão de apropriação do tempo, mas os indícios do seu devir alastram viscosos silêncio adentro.