Bairro Alto, I

Nestas imagens descrevo o percurso que fazia três vezes por semana, desde o Liceu Passos Manuel ao Conservatório, normalmente pela hora de almoço, normalmente com o trombone na mão. A necessidade de levar o trombone de manhã para o Liceu valeu-me alguns recitais ad hoc nos jardins do Liceu no contexto das aulas de português da professora Irene Fleming que refiro na crónica anterior. Uma vez por semana a professora Irene levava a turma até ao jardim para uma aula informal. Alguns alunos representavam ou expunham as suas ideias para trabalhos, lia-se em voz alta, tocava-se trombone. À falta de estante a professora segurava as partituras.  

Ao recriar este percurso recordo algumas meninas da turma que ocasionalmente me faziam companhia e recordo os assaltos. Fui assaltado quatro ou cinco vezes, normalmente por uns trocos, uma vez pelo relógio. Pergunto-me em como nunca ocorreu àquela malta levar-me sei lá.. o trombone! Talvez não tivessem noção do valor, ou talvez não quisessem andar carregados.  

Mesmo agora senti alguma ansiedade pela câmara. 

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