Beyond the Seven Mountains, II

As observações aqui enunciadas partem da leitura do ensaio Arnold Odermatt – Beyond the Seven Mountains – The Unsanctioned Artist’s Candid Eye de Caroline Recher. A análise iniciou com Beyond the Seven Mountains, I e irá prolongar-se nas próximas publicações. A sessão fotográfica teve início no Jardim da Praceta Fernando Valle em Lisboa.

O caso de Odermatt reune todos os pré-requisitos para chamar a atenção da comunidade artística contemporânea da época. Como Eugène Atget ou Jacques-Henri Lartigue, Odermatt é um “outsider” descoberto no final da vida, isolado do mundo da Arte e despreocupado com conceitos ou declaração de intenções. Como figura  de “inocência artística”, obriga-nos a questionar os limites entre a arte e a não-arte.

O poder e a originalidade de suas imagens, em contraste com sua completa ausência de treino artístico formal e seu longo isolamento, problematizam o que pode ser chamado de “intenção artística” e seu papel na qualidade das imagens produzidas. Um fotógrafo autodidata sem treino formal que nunca chamou ‘arte’ às suas imagens é, portanto, desprovido de Kunstwollen?

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