Câmara Escura

Pode a tradução fotográfica do que somos num momento vazio assumir vida própria dentro da fotografia, significado em si mesma, tornar-nos personagem de uma outra narrativa? Fotografar é contar uma história do avesso – primeiro o que aparece, depois o que está dentro, é uma procura de ecos surdos. É o exercício da memória um gesto de introspecção ou de desapego? A resposta, a Palavra apenas pode enfunar-se pelo bafo mudo da fotografia. O que do Silêncio nasce, no Silêncio se consome.

A promessa, o sonho, a desilusão e o desamor. a inocência e a fantasia. O desafio e a confiança. A experimentação, a vida, a Morte.

Que todas as palavras se extingam numa câmara escura.

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