A selectividade e a parcialidade da visão fotográfica estão expressas também na forma como conta a sua própria história: a narrativa única da classe dominante, o homem branco, mantendo na sombra o trabalho de inúmeras mulheres, dos fotógrafos negros e de outras franjas da sociedade.
Numa época em que a própria educação é objecto de mercado, a sofisticação intelectual torna-se numa afirmação de estatuto social. Assistimos por vezes, na comunidade artística, a algumas elaborações filosóficas puramente formais, intelectualizações apologéticas da superficialidade, que mais não fazem do que codificar o acesso dos demais, elitizar a arte ao ponto absurdo do luxo.
A Arte, como a linguagem, é acima de tudo cultura, não apenas uma gramática, um dicionário do mundo.