São 9 horas da manhã.
Encosto a bicicleta a um muro perto de uma casa velha na berma da Estrada Real. Trago comigo uma garrafa de água, um pequeno snack, os documentos, um boné e os óculos escuros para protecção e conforto visual. Ajustei cuidadosamente a alça da camara para que permaneça estável nas minhas costas enquanto pedalo. Ligada, pronta a disparar.
A deslocação por este meio permite-me percorrer uma distância relativamente grande, naturalmente diversificada, com um grande grau de prontidão fotográfica, mas sem a redundância e a granularidade da observação proposta pela caminhada ou o peso formal (e literal) do tripé.
Nos primeiros dias as ruas estão quase totalmente despidas de pessoas. A GNR circula nas pracetas ordenando Fique em casa! no megafone.
Sinto-me transgredir.