Junto ao Mercado da Ribeira, a Praça Dom Luis é preenchida pelo Jardim Sá da Bandeira. É um dos jardins onde encontrei maior diversidade de pessoas. Estrangeiros de todas as cores, trabalhadores das obras de um dos edifício no quadrante Oeste da praça (destinado a habitação), alguns sem-abrigo em amena cavaqueira (outros dormindo no relvado), mães a brincar com os filhos, rapariguinhas tirando selfies para o Instagram, indivíduos de ar suspeito com chapéu, gabardine, um saco de plástico às costas com os pertences e um olhar penetrante, observador. Notei uma certa predominância masculina, grupos de homens que aproveitam o espaço para a sua cerveja de fim de tarde.
Caminhando pelo jardim, passamos rapidamente de um ambiente aberto, soalheiro junto à Avenida 24 de julho, para um ambiente denso, sombrio, na metade oposta, onde se encontra o quiosque e o parque infantil.
Sentado no relvado, encontrei o Marlon, um jovem oriundo dos Camarões, e que se está em Lisboa há dois meses a trabalhar numa empresa de tele performance. Elogiei sua camisola com um contorcido bordado amarelo e vermelho. Disse-me que o bordado foi feito pela sua avó nos Camarões.