“I just try to make sense of the world around me.”
Martin Parr
No ensaio Santo André I, II e III, enunciei uma das reflexões que tem acompanhado este trabalho: sobre a natureza síncrona da expressão fotográfica e a sua relação com a memória.
Cada um dos lugares que visitei no âmbito do projecto é-me absolutamente familiar mas que pelo olhar lento da câmara, pela distorção minimalista da memória, pela passagem do tempo me surgem estranhos. Na dialéctica entre a memória e a percepção deixo-me distrair pelos novos artefactos entretanto adicionados à paisagem.
A estranheza, a perplexidade, sintetizam a pergunta Que lugar é este?
Já a familiaridade tem uma expressão visual forte. A paleta cromática, a densidade rítmica, a distribuição vertical e horizontal das formas, assumem em cada lugar a singularidade de uma impressão digital.